quarta-feira, 12 de abril de 2017

RESENHA | THOR: O Renascer dos Deuses



Todo fim é um novo começo. Para Thor, o Deus do Trovão esta frase não poderia fazer mais sentido!

Em 2004 a Marvel Comics resolveu que o herói já havia dado tudo que tinha que dar e que era hora do Vingador Nórdico hibernar, literalmente. E assim aconteceu o Ragnarok, quando não apenas Thor, mas todos os habitantes de Asgard e demais integrantes do universo mitológico do herói passaram para a inexistência. Mas o descanso durou pouco. Apenas três anos depois o roteirista J. Michael Straczynski recebeu a importante incumbência de ressuscitar Thor e seus companheiros, e, com a colaboração do talentoso artista francês Olivier Coipel (responsável pela arte de Dinastia M), o escritor cumpriu esta missão com grande estilo.

O retorno de Thor acontece sem grandes rodeios ou explicações mirabolantes. O cara é um deus, e, enquanto as pessoas "acreditarem" nele, ele não pode morrer (mais ou menos como em Deuses Americanos, livro de Neil Gaiman sobre a imigração dos deuses do Velho Mundo para a América). Além disso, ele não volta do "limbo" sozinho: junto em ele vem o médico Donald Blake, antigo alter-ego do herói, com quem volta a dividir o corpo. O retorno do Dr. Blake é justificado pela necessidade de uma interação de Thor com os humanos, já que a nova Asgard é erguida em pleno estado de Oklahoma, no meio oeste americano. Esta interação entre as figuras divinas e os humanos comuns é uma das coisas mais interessantes deste roteiro, embora eventualmente acabe caindo no velho clichê do romance proibido entre seres de naturezas diferentes. Como um dos objetivos desta história era não apenas ressuscitar Thor, mas revitalizá-lo para as próximas gerações, o artista Olivier Coipel aproveitou para realizar algumas mudanças na aparência do personagem, modernizando sua armadura, mas sem abandonar algumas de suas características clássicas. O Thor de Coipel também deixou de parecer um rockstar americano para assumir as feições brutas de um europeu nórdico.

Asgard

Sendo o primeiro deus a voltar, cabe a Thor a missão de ressuscitar os demais deuses. Estes estavam em estado "adormecido" dentro de corpos de outros seres humanos, e Thor precisa encontrá-los um a um e libertá-los. Com o controle de quem poderá voltar ou não, seu intento é trazer de volta apenas aqueles com menos probabilidades de lhe trazer problemas no futuro, mas é claro que os planos do herói são frustrados por Loki, o Deus da Trapaça, que acaba induzindo o irmão adotivo a libertar todos os deuses adormecidos. A nova versão de Lóki é um dos pontos altos do enredo, já que, por algum motivo o vilão retornou em um corpo feminino. Além da mudança física, ele - ou melhor, ela - alega ter retornado arrependida dos seus erros antigos e determinada a provar que é uma nova pessoa. Será que ela consegue enganar alguém?

Finalmente, também é preciso reintroduzir Thor no universo Marvel, e não há forma melhor do que mostrá-lo confrontando o Homem de Ferro. Só para contextualizar, durante o megaevento Guerra Civil, que dividiu todo o universo Marvel dos quadrinhos em dois lados - team Capitão vs. team Homem de Ferro -, a facção de Tony Stark utilizou um clone cibernético do Thor na batalha contra os partidários do Capitão América, no que acabou resultando em um dos momentos mais trágicos daquela história. Quando o verdadeiro Thor volta dos mortos, é claro que ele fica sabendo da história e resolve ensinar ao Homem de Ferro uma pequana lição sobre não profanar o DNA de um deus morto.

A "Nova" Loki

O arco de histórias que trata do retorno dos deuses à Terra foi publicado nas edições 1-6 da revista Thor (2007) e foi compilado em um encadernado de luxo pela Panini: Thor: O Renascer dos Deuses e também na coleção preta da Salvat. Esta HQ resgata um dos mais importantes personagens da Marvel para uma nova geração de leitores de quadrinhos, e vale a pena sua leitura tanto pelo enredo quanto pela arte impressionante de Coipel. Para quem deseja começar a ler as histórias do Thor e não sabe por onde começar, este é um ótimo ponto de partida, por iniciar uma nova fase na vida do herói pós-Ragnarok.

Boa leitura!

Thor Vs. Homem de Ferro

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